10/08/2013

Prólogo


Vampiros, fadas e fantasmas... Histórias sobrenaturais tão comuns que chegam a ter um final mais previsível que milhares de contos de fadas com o famoso bordão de “Felizes para sempre”, todos sabem que a Bella vira vampira, que a Tinker Bell é uma fada artesã, e que fantasmas são uma representação débil dos medos humanos de serem assombrados por coisas que não podem ser destruídas.

                O que vão ficar sabendo é sobrenatural na mente dos tolos, e totalmente aterrorizante nos pensamentos daqueles que realmente compreendem tudo que está em jogo, ou melhor, em luta! Um simples lugar no mundo afastado de tudo, onde as coisas nunca são como se esperam, onde temos que matar e sobreviver; um lugar onde o sangue marca o território.

                A perguntas da maioria das pessoas que chegam ao extremo; ao limite; ao fundo do poço é simplesmente “Como vim parar aqui?”, a sensação era parecida quando as pessoas entravam na Cidade Não Nomeada, uma sensação de ter se perdido; uma sensação de ter pegado o caminho errado de propósito e uma culpa crescente e sem fim.

                Nada mais lógico que terem essa sensação, afinal, é assim que acontece: a pessoa se perde; não só se perde da razão, como também se perde de si mesmo, ali era o lugar onde essas pessoas se “encontravam”, um poço de dor, tristeza e de vidas sem objetivos, estavam todos no fundo de poço! Sem ter como voltar.

                - Cidade das almas – Uma menina baixinha e com a blusa rasgada balbuciou sem o mínimo sentimento na voz, era como se estivesse morta a muito tempo, e sem vontade de saber como é morrer. Um menino ergueu uma sombrancelha no mesmo entusiasmo, e a menina continuou. – Sinto que não sinto nada, que ninguém sente.

                - Ah! – E essa foi a resposta brilhante e íncrivelmente bem elaborada do menino que um dia qualquer a muito tempo átras tivera olhos azuis, mas, que agora estavam substituidos por um cinza sem brilho, igual a todos os outros olhares sem vida da Cidade Não Nomeada, que agora era lembrada pelas duas pessoas como Cidade das almas.

                De tempos em tempos, alguém falava alguma coisa desse tipo, simplesmente refletindo sobre a situação em que estavam ou sobre coisas anteriores. Era a única coisa que faziam: pensavam. Sonhavam sem agir; se lamentavam sem chorar; amavam sem sorrir. Mas, no geral o Amor era somente uma palavra inexplicável naquele lugar.

                A Cidade era imensa e as pessoas se dividiam em suas crenças, se um dia for para lá, se lembre que quem não mata, morre. E que a dor é companheira das pessoas em todas as ocasiões, mas, acho que não será necessário se lembrar disso. Afinal, se for para lá, não se incomodará em se preocupar com a morte; estará sem rumo de qualquer maneira.

                A fé muda muito para as pessoas que chegam. Tudo que acreditaram um dia, mostra-se ser besteira, e a esperança some dos olhares daqueles que carregam a insegurança. Matar ou morrer, lema dos sobreviventes.