Vampiros, fadas e fantasmas...
Histórias sobrenaturais tão comuns que chegam a ter um final mais previsível
que milhares de contos de fadas com o famoso bordão de “Felizes para sempre”,
todos sabem que a Bella vira vampira, que a Tinker Bell é uma fada artesã, e
que fantasmas são uma representação débil dos medos humanos de serem
assombrados por coisas que não podem ser destruídas.
O
que vão ficar sabendo é sobrenatural na mente dos tolos, e totalmente
aterrorizante nos pensamentos daqueles que realmente compreendem tudo que está
em jogo, ou melhor, em luta! Um simples lugar no mundo afastado de tudo, onde as
coisas nunca são como se esperam, onde temos que matar e sobreviver; um lugar
onde o sangue marca o território.
A perguntas da maioria das pessoas
que chegam ao extremo; ao limite; ao fundo do poço é simplesmente “Como vim
parar aqui?”, a sensação era parecida quando as pessoas entravam
na Cidade Não Nomeada, uma sensação de ter se perdido; uma sensação de ter
pegado o caminho errado de propósito e uma culpa crescente e sem fim.
Nada mais lógico que terem essa
sensação, afinal, é assim que acontece: a pessoa se perde; não só se perde da
razão, como também se perde de si mesmo, ali era o lugar onde essas
pessoas se “encontravam”, um poço de dor, tristeza e de vidas sem objetivos,
estavam todos no fundo de poço! Sem ter como voltar.
- Cidade das almas – Uma menina
baixinha e com a blusa rasgada balbuciou sem o mínimo sentimento na voz, era
como se estivesse morta a muito tempo, e sem vontade de saber como é morrer. Um
menino ergueu uma sombrancelha no mesmo entusiasmo, e a menina continuou. –
Sinto que não sinto nada, que ninguém sente.
-
Ah! – E essa foi a resposta brilhante e íncrivelmente bem elaborada do menino
que um dia qualquer a muito tempo átras tivera olhos azuis, mas, que agora
estavam substituidos por um cinza sem brilho, igual a todos os outros olhares
sem vida da Cidade Não Nomeada, que agora era lembrada pelas duas pessoas como
Cidade das almas.
De
tempos em tempos, alguém falava alguma coisa desse tipo, simplesmente
refletindo sobre a situação em que estavam ou sobre coisas anteriores. Era a
única coisa que faziam: pensavam. Sonhavam sem agir; se lamentavam sem chorar;
amavam sem sorrir. Mas, no geral o Amor era somente uma palavra inexplicável
naquele lugar.
A
Cidade era imensa e as pessoas se dividiam em suas crenças, se um dia for para
lá, se lembre que quem não mata, morre. E que a dor é
companheira das pessoas em todas as ocasiões, mas, acho que não será necessário
se lembrar disso. Afinal, se for para lá, não se incomodará em se preocupar com
a morte; estará sem rumo de qualquer maneira.
A
fé muda muito para as pessoas que chegam. Tudo que acreditaram um dia,
mostra-se ser besteira, e a esperança some dos olhares daqueles que carregam a
insegurança. Matar ou morrer, lema dos sobreviventes.